Foi com muita surpresa e estarrecimento que os coordenadores e as coordenadoras das 39 instituições associadas à rede do Mestrado Profissional em Ensino de História (o ProfHistória) receberam a notícia de que o curso não começará, como previsto, em março de 2020.
A situação é bastante complexa porque a Coordenação Nacional do ProfHistória acabara de promover o Exame Nacional de Acesso, com Edital aprovado pela CAPES desde junho, e estava se preparando para o período de matrícula dos(as) quase 700 novos(as) ingressantes, quando soube da decisão da CAPES de adiamento das ofertas do PROEB para agosto de 2020.
Segundo este órgão de financiamento e gerenciamento dos Mestrados Profissionais, caso os cursos iniciassem em março, geraria “insustentabilidade orçamentária ao programa como um todo” (Ofício nº 373/2019-CPCF/CGPC/DED/CAPES, de 29/11/2019)

Nada mais estarrecedor, de fato, uma vez que a execução orçamentária do ProfHistória já havia sido prevista e aprovada no ano passado.
A decisão tomada pela CAPES acarreta um grande impacto na vida dos(as) profissionais da Educação Básica e dos(as) docentes universitários(as), conforme denunciado pela Associação Nacional de História (ANPUH). Os(as) primeiros(as) sofrem a frustração em relação às suas expectativas de ingresso na pós-graduação, além de terem que readequar suas cargas horárias e alocações em escolas. Enquanto os(as) segundos(as) precisam fazer novos arranjos em seus encargos didáticos e distribuição de horas em disciplinas.
Este governo parece mesmo estar brincando com a vida profissional de professores e professoras de todos os níveis de educação do país. Mas nós das Universidades Públicas, na contramão desta balbúrdia, nos mantemos firmes na luta para preservar e ampliar nossas conquistas em prol da formação de profissionais da educação que articulem pesquisa e ensino para desenvolver processos de ensino e de aprendizagem democráticos, laicos e em diálogo com as atuais questões sociais.