Uma visita ao Museu do Índio, da Universidade Federal de Uberlândia
Estudantes da turma de Pedagogia (UFU) realizam visita de campo ao museu
Tássita Moreira – UFU
Victor Juzwiak - UFU
Na manhã do dia 01/10/2019, realizamos uma visita de campo ao Museu do Índio – UFU . A visita fez parte de um projeto maior desenvolvido pelo Prof. Dr. Astrogildo Fernandes da Silva Júnior e pela Profa. Dra. Aléxia Pádua Franco com a turma de 2° ano de Pedagogia (UFU), nas disciplinas Projeto Integrado de Práticas Integradas II e Metodologia do Ensino de História. Esta visita contou com auxílio dos pesquisadores do Grupo de Estudos e Pesquisa em Ensino de Geografia e História (GEPEGH), Tássita de Assis Moreira e Victor Ridel Juzwiak.
A visita de campo teve como objetivo aproximar graduandas e graduandos da temática indígena, a partir das Leis 10.639/03 e 11.645/08 . Durante a visita, os estudantes participaram de uma roda de conversa com Tukupe Weulamã Wauja, indígena representante de uma das aldeias do povo Wauja, do alto Xingu. A conversa possibilitou que as graduandas e os graduandos conhecessem aspectos culturais e do cotidiano nas aldeias e fora delas. Após a roda de conversa realizamos uma visita guiada pela exposição “Kamalu Hai e o canto da cobra-canoa”, que possibilitou o contato com diversas peças de cerâmica produzidas pelo povo Wauja, inspiradas em suas histórias e contos milenares.
“A visita contribui positivamente no processo de formação, pois nos permite entrar em contato, conhecer e reconhecer a diversidade cultural indígena existente em nosso país. Trazendo a reflexão e a conscientização da importância da inserção, da preservação e da valorização da cultura indígena, não só nas escolas, mas na sociedade em geral, como herança e construção da identidade brasileira. ” (Jennifer Santiago, estudante de Pedagogia UFU, 2019)
Uma das principais formas de transmissão de conhecimento e manutenção de memória entre os indígenas é a oralidade. Assim, passam o conhecimento de geração em geração, por meio de conversas, ensinamentos e produção de objetos. No entanto, entendemos que nem sempre é fácil ter acesso a esses relatos. Dessa forma, a produção da cultura material ganha um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem sobre as culturas indígenas. O museu se torna um importante espaço para desenvolver a educação patrimonial, uma vez que a alfabetização cultural permite o contato dos estudantes com diferentes linguagens e culturas, construindo novas relações com a memória e a identidade dos diferentes povos.
A Educação Patrimonial é uma metodologia que permite aos estudantes ampliar a visão sobre a temática indígena, ao construir representações considerando a diversidade sociocultural dos povos indígenas. Além disso, seus pressupostos teórico-metodológicos se encaixam nas proposições da Lei 11.645/08, porque um dos principais objetivos é exatamente educar os sujeitos para reconhecer a pluralidade cultural da nossa sociedade. Neste caso, produzindo conhecimentos sobre a temática indígena de maneira condizente com a realidade das histórias indígenas.